sábado, 25 de outubro de 2008

UM CÃO CHAMADO VELUDO

Eu tive um cão. Chamava-se Veludo. Magro, asqueroso, revoltante, imundo, para dizer tudo em uma palavra, foi o mais feio cão que houve no mundo. Recebi-o das mãos de um camarada. Na hora da partida, o cão gemendo, não me queria acompanhar por nada. Enfim - mau grado meu - o vim trazendo. O meu amigo cabisbaixo mudo, olhava-o...O sol nas ondas se abismava ...
"Adeus! " - me disse, e ao afagar Veludo nos olhos seus o pranto borbulhava.
"Trata-o bem. Verás como rasteiro te indicará os mais sutis perigos. Adeus! E que este amigo verdadeiro te console no mundo ermo de amigos! "

Veludo, a custo, habituou-se à vida que o destino de novo lhe escolhera; sua rugosa pálbebra sentida chorava o antigo dono que perdera. Nas longas noites de luar brilhante, febril, convulso, trêmulo, agitando a sua cauda, caminhava errante, à luz da lua - tristemente uivando. Toussenel, Figuier e a lista imensa dos modernos zoológicos doutores, dizem que o cão é um animal que pensa.Talvez tenham razão estes senhores. Lembro-me ainda. Trouxe-me o correio, cinco meses depois, do meu amigo, um envelope fartamente cheio. Era uma carta. Carta! Era um artigo, contendo a narração miuda e exatada travessia. Dava-me importantes notícias do Brasil e de La Plata, falava em rios, árvores gigantes, gabava o steamer que o levou; dizia que ia tentar inúmeras empresas. Contava-me também que a bordo havia mulheres joviais - todas francesas. Assombrara-se muito da ligeira moralidade que encontrou a bordo. Citava o caso d'uma passageira... Mil coisas mais de que não me recordo. Finalmente, por baixo disso tudo, em nota breve do melhor cursivo recomendava o pobre do Veludo, pedindo a Deus que o conservasse vivo. Enquanto eu lia, o cão, tranquilo e atento, me contemplava, e - creia que é verdade, vi, comovido, que nesse momento, seus olhos gotejavam de saudade. Depois, lambeu-me as mãos, humildemente, estendeu-se a meus pés silencioso movendo a cauda, - e adormeceu contente, farto d'um puro e satisfeito gozo.

Passou-se o tempo. Finalmente, um dia, Vi-me livre daquele companheiro. Para nada Veludo me servia...Dei-o à mulher d'um velho carvoeiro. E respirei! " Graças a Deus! Já posso ",dizia eu, " viver neste bom mundo, sem ter que dar, diariamente, um osso a um bicho vil, a um feio cão imundo". Gosto dos animais, porém prefiro a essa raça baixa e aduladora, um alazão inglês, de sela ou tiro, ou uma gata branca cismadora. Mal respirei, porém! Quando dormia e a negra noite amortalhava tudo senti que à minha porta alguém batia. Fui ver quem era. Abri. Era Veludo. Saltou-me às mãos, lambeu-me os pés ganindo, farejou toda a casa satisfeito e, de cansado, foi rolar dormindo como uma pedra, junto do meu leito. Praguejei furioso. Era execrável suportar esse hóspede importuno que me seguia como o miserável ladrão, ou como um pérfido gatuno. E resolvi-me enfim. Certo, é custoso dizê-lo em voz alta e confessá-lo. Para livrar-me desse cão leproso havia um meio só: matá-lo.

Zunia a asa fúnebre dos ventos; ao longe o mar, na solidão gemendo, arrebentava em uivos e lamentos...De isntante em instante ia o tufão crescendo. Chamei Veludo; ele seguia-me. Entanto, a fremente borrasca me arrancava dos frios ombros o revolto manto, e a chuva meus cabelos fustigava... Despertei um barqueiro. Contra o vento, contra as ondas coléricas vogamos. Dava-me força o torvo pensamento. Peguei num remo e com furor remamos. Veludo, à proa, olhava-me choroso como o cordeiro no final momento. Embora! Era fatal! Era forçosolivrar-me, enfim, desse animal nojento.

No largo mar ergui-o nos meus braçose arremessei-o às ondas, de repente...Ele gemeu os membros lassos, lutando contra a morte. Era pungente.Voltei à terra, cheguei em casa. O vento zunia sempre na amplidão profunda. E pareceu-me ouvir o atroz lamento de Veludo nas ondas moribundo. Mas ao despir, dos ombros meus, o manto, notei - oh grande dor! - haver perdido uma relíquia que eu prezava tanto! Era um cordão de prata: - eu tinha-o unido contra o meu coração, constantemente, e o conservava no maior recato, pois minha mãe me dera essa corrente, e, suspenso à corrente, o seu retrato. Certo caira além, no mar profundo, no eterno abismo que devora tudo. E foi o cão, foi esse cão imundo a causa do meu mal! Ah, se Veludo duas vidas tivera, duas vidas eu arrancara àquela besta morta e àquelas vís entranhas corrompidas. Nisto senti uivar à minha porta. Corri, abri...Era Veludo! Arfava. Estendeu-se a meus pés e docemente, deixou cair da boca que espumava a medalha suspensa da corrente. Fora crível, oh Deus?? Ajoelhado junto ao cão, estupefato, absorto, tomei-lhe o corpo como a pedir-lhe perdão...estava enregelado. Sacudi-o, chamei-o aos prantos! Veludo estava morto!

Autor: Luiz Guimarães

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

PASSIONAL


Em um crime passional,
nada existe de amor, aí está o grande mal.
O orgulho agora impede, vidas e vidas são sofridas.

Eloá, menina ainda criança,
soube do mal que a vida oferece.
Não pôde sua vontade fazer,
sem que o outro pensasse ela ofender.

Com o grande infortúnio, presa cativa
Do namorado com ódio voraz
Não poupou sua vida, loucura instalou, ali, sem medida.

Um sonho que acaba, outra chance não terá.

Caráter impulsivo, ainda também um menino.
Ceifando seus próprios sonhos e de sua dita amada,
Não imagina na sua insanidade a grande dor para a humanidade
Que assiste estarrecida a mais uma tragédia de desamor.

Quantas e quantas "Eloas" sofrem essa mesma dor...
Por não poder dizer não a quem o amor já os deixou!

Seus pais mal sabiam ter em sua casa quem a faria refém.
Maldito seja para a vida toda, não existe motivo para essa demanda,
Amor próprio ferido, orgulho por amor não ser correspondido.

Eloá tão querida, tem sua vida brutalmente, interrompida.
Para os que com ela viviam, levam a grande dor.
A dor da despedida, essa dor é infinda.


Nanci Laurino

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

DIA DOS PROFESSORES

SER PROFESSOR

Ser professor é professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se feliz pelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe ensinou...

Ser professor é consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendo todos os dias, a cada dia é única e original...

Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e, diante da reação da turma, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender...

Ser professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor e cuidado.

Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena, sem sair do espetáculo".
Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés...

Créditos:
Texto: procuro a autoria

domingo, 12 de outubro de 2008

DIA DAS CRIANÇAS

A criação do Dia das Crianças no Brasil foi sugerido pelo deputado federal Galdino do Valle Filho na década de 1920.

Arthur Bernardes, então presidente do Brasil, aprovou por meio do decreto de nº 4867, no dia 5 de novembro de 1924, a data de 12 de outubro como o dia dos pequenos.

O Dia das Crianças só passou a ser comemorado mesmo em 1960, quando a fábrica de brinquedos Estrela fez uma promoção junto com a empresa Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto" e aumentar suas vendas.

A idéia das duas empresas deu tão certo que outros comerciantes resolveram adotar a mesma estratégia. E assim, dia 12 de outubro é dia de criança ganhar presente!

Dia das Crianças no Mundo
Muitos países comemoram o Dia das Crianças em outros dias do ano. Na Índia, é em 15 de novembro. Em Portugal e Moçambique, a comemoração acontece no dia de junho. Na China e no Japão, a comemoração acontece em 5 de maio.

Dia Universal da Criança
A Organização das Nações Unidas, também conhecida como ONU, comemora o dia de todas as crianças do mundo em 20 de novembro. Foi nessa data que os países aprovaram a Declaração dos Direitos das Crianças.

domingo, 5 de outubro de 2008

ALMA GÊMEA

Por você eu tenho feito e faço tudo que puder.

Pra que a vida seja mais alegre do que era antes.

Tem alguma coisa que acontece que é você quem tem que resolver.

Acho graça quando às vezes, louca, você perde a pose e diz, foi sem querer...


Quantas vezes no seu canto em silêncio você busca o meu olhar.

E me fala sem palavras que me ama, tudo bem, tá tudo certo.

De repente você põe a mão por dentro e arranca o mal pela raiz.

Você sabe como me fazer feliz...

Carne e unha, alma gêmea.

Bate coração.

As metades da laranja, dois amantes,

dois irmãos.

Duas forças que se atraem, sonho lindo de viver.

Estou morrendo de vontade de você.

Carne e unha, alma gêmea, bate coração, as metades

da laranja.

Dois amantes, dois irmãos.

Duas forças que se atraem, sonho lindo de viver.

Estou morrendo de vontade de você.

Música :
Alma Gêmea – Fábio Junior.
Composição: Peninha